Acredita-se que cerca de 80% da população brasileira apresente desvio de septo. O distúrbio ocorre quando a parede do nariz, constituída por ossos e cartilagens, é torta, o que prejudica uma das fossas nasais.
Na maioria dos casos o problema é congênito, porém como veremos ao longo deste artigo, traumas e inflamações também podem estar por trás da alteração.
Nem sempre a cirurgia é necessária, porém, a depender da intensidade dos sintomas, essa pode ser a única solução.
O que causa desvio de septo?
Na grande maioria dos casos o desvio de septo é um problema congênito, ou seja, o indivíduo já nasce com a alteração. Nesses casos os ossos e cartilagens crescem em velocidades diferentes, o que acaba provocando o desalinhamento.
Porém, o que poucos sabem, é que existem outras causas possíveis.
Como por exemplo os traumas, geralmente por quedas ou acidentes automobilísticos, que acabam entortando a região, que passa a sofrer desequilíbrios funcionais.
Processos inflamatórios repetitivos, como é o caso dos alérgicos crônicos também podem acabar estando por trás do problema.
Por tais fatores, o desvio de septo pode aparecer independente da idade ou mesmo se repetir anos após a cirurgia.
Sintomas
Você sabia que o desvio de septo pode ser completamente assintomático?
Pois é. A obstrução ocorre em diferentes estágios e em muitos casos o paciente sequer sente os efeitos da alteração.
Quando a obstrução é mais grave, o indivíduo passa a sofrer dificuldades respiratórias, o que pode provocar diversos sintomas.
● Retenção de secreções
● Rinossinusite crônica
● Sangramentos
● Respiração pela boca
● Dificuldades para dormir
● Ronco
● Apneia do Sono
● Cansaço
● Dores de cabeça ou no rosto
● Nariz entupido
Como é feito o diagnóstico
Diante dos sintomas citados recomenda-se a consulta com o especialista. No primeiro momento deve-se investigar a possibilidade de outros fatores como a presença de pólipos, tumores ou mesmo a hipertrofia dos cornetos.
Para o diagnóstico do desvio de septo, o médico irá avaliar a história do paciente, além de realizar um exame físico completo.
A confirmação é feita com exames complementares.
Tomografia computadorizada dos seios da face
A tomografia computadorizada permite uma visualização detalhada dos seios perinasais e geralmente é o principal exame no diagnóstico do desvio de septo.
Nasofibrolaringoscopia
Através de uma pequena câmera introduzida na narina, é feita a visualização detalhada da região interna do nariz, da faringe e da laringe, sendo possível avaliar o aspecto da mucosa e seus pontos de contato, importantes dados ao diagnóstico do distúrbio.
Rinomanometria
A rinomanometria avalia a função respiratória do nariz, averiguando a pressão e o fluxo de ar, fatores que estão comprometidos em caso de desvio.
Tratamento
A septoplastia é recomendada para todos os pacientes que têm sofrido danos devido a obstrução do nariz. A cirurgia é a única solução definitiva para esses casos.
Como é feita a cirurgia
A cirurgia é conduzida por um otorrinolaringologista, geralmente sob anestesia geral.
O médico realiza uma pequena incisão no nariz em busca de deslocar a pele que o reveste, para assim ter acesso ao septo e fazer a retirada do excesso de tecido, seja ósseo ou cartilaginoso.
O procedimento é minimamente invasivo e dura aproximadamente 2 horas. Na maioria das vezes o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia.
Recuperação
A recuperação da septoplastia é bem tranquila. Recomenda-se ao paciente evitar esforço físico por 15 dias, e manter-se longe da exposição solar para prevenção de manchas.
É indicado o uso de antibióticos e a frequente higienização do nariz para retirada de coágulos sanguíneos.
Uma nova consulta é agendada para 7 dias após o procedimento, para avaliação da cicatrização.
O problema é bastante comum, portanto, fique atento ao sintomas e, se preciso, agende uma consulta médica.
Prof. Dr. Rodney PallottaCRO-SP 80617
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