Desvio de septo: do diagnóstico à cirurgia

por jul 30, 2020Desvio de Septo0 Comentários

Acredita-se que cerca de 80% da população brasileira apresente desvio de septo. O distúrbio ocorre quando a parede do nariz, constituída por ossos e cartilagens, é torta, o que prejudica uma das fossas nasais. 

Na maioria dos casos o problema é congênito, porém como veremos ao longo deste artigo, traumas e inflamações também podem estar por trás da alteração. 

Nem sempre a cirurgia é necessária, porém, a depender da intensidade dos sintomas, essa pode ser a única solução. 

O que causa desvio de septo?

Na grande maioria dos casos o desvio de septo é um problema congênito, ou seja, o indivíduo já nasce com a alteração. Nesses casos os ossos e cartilagens crescem em velocidades diferentes, o que acaba provocando o desalinhamento. 

Porém, o que poucos sabem, é que existem outras causas possíveis. 

Como por exemplo os traumas, geralmente por quedas ou acidentes automobilísticos, que acabam entortando a região, que passa a sofrer desequilíbrios funcionais. 

Processos inflamatórios repetitivos, como é o caso dos alérgicos crônicos também podem acabar estando por trás do problema. 

Por tais fatores, o desvio de septo pode aparecer independente da idade ou mesmo se repetir anos após a cirurgia.

Sintomas

Você sabia que o desvio de septo pode ser completamente assintomático

Pois é. A obstrução ocorre em diferentes estágios e em muitos casos o paciente sequer sente os efeitos da alteração. 

Quando a obstrução é mais grave, o indivíduo passa a sofrer dificuldades respiratórias, o que pode provocar diversos sintomas. 

● Retenção de secreções

● Rinossinusite crônica

● Sangramentos

● Respiração pela boca

● Dificuldades para dormir

● Ronco

● Apneia do Sono

● Cansaço

● Dores de cabeça ou no rosto

● Nariz entupido

Como é feito o diagnóstico

Diante dos sintomas citados recomenda-se a consulta com o especialista. No primeiro momento deve-se investigar a possibilidade de outros fatores como a presença de pólipos, tumores ou mesmo a hipertrofia dos cornetos.

Para o diagnóstico do desvio de septo, o médico irá avaliar a história do paciente, além de realizar um exame físico completo. 

A confirmação é feita com exames complementares.

Tomografia computadorizada dos seios da face

A tomografia computadorizada permite uma visualização detalhada dos seios perinasais e geralmente é o principal exame no diagnóstico do desvio de septo.  

Nasofibrolaringoscopia

Através de uma pequena câmera introduzida na narina, é feita a visualização detalhada da região interna do nariz, da faringe e da laringe, sendo possível avaliar o aspecto da mucosa e seus pontos de contato, importantes dados ao diagnóstico do distúrbio. 

Rinomanometria

A rinomanometria avalia a função respiratória do nariz, averiguando a pressão e o fluxo de ar, fatores que estão comprometidos em caso de desvio. 

Tratamento

septoplastia é recomendada para todos os pacientes que têm sofrido danos devido a obstrução do nariz. A cirurgia é a única solução definitiva para esses casos.

Como é feita a cirurgia

A cirurgia é conduzida por um otorrinolaringologista, geralmente sob anestesia geral. 

O médico realiza uma pequena incisão no nariz em busca de deslocar a pele que o reveste, para assim ter acesso ao septo e fazer a retirada do excesso de tecido, seja ósseo ou cartilaginoso.

O procedimento é minimamente invasivo e dura aproximadamente 2 horas. Na maioria das vezes o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia. 

Recuperação

A recuperação da septoplastia é bem tranquila. Recomenda-se ao paciente evitar esforço físico por 15 dias, e manter-se longe da exposição solar para prevenção de manchas.

É indicado o uso de antibióticos e a frequente higienização do nariz para retirada de coágulos sanguíneos. 

Uma nova consulta é agendada para 7 dias após o procedimento, para avaliação da cicatrização. 

O problema é bastante comum, portanto, fique atento ao sintomas e, se preciso, agende uma consulta médica.

Prof. Dr. Rodney PallottaCRO-SP 80617

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