Se você acompanha nossos blogs, já deve saber o quanto a mandíbula é uma estrutura essencial para nossa vida. Hoje, vamos tratar de um dos problemas que a acometem: a deflexão mandibular medial (DMM).

A DMM é um assunto discutido em Odontologia, principalmente nas especialidades de ortodontia, prótese dental e implantodontia. Isso porque ela está relacionada a pacientes que necessitam do uso de próteses ou implantes.

Vamos conhecer melhor a condição e entender qual a relação com a implantodontia? Continue a leitura para entender mais.

O que é deflexão mandibular medial?

A deflexão mandibular medial (DMM) é considerada como uma deformação funcional elástica da mandíbula em suas regiões posteriores.

Isso acontece quando as nossas estruturas chamadas de hemi mandíbulas se convergem no meio de movimentos mandibulares, como a abertura e a protrusão (deslocamento para a frente).

O principal responsável pela DMM é o músculo pterigóideo lateral, já que a ação do músculo promove a aproximação medial dos côndilos.

É possível avaliar e diagnosticar o fenômeno da deflexão mandibular medial por meio de cinesiografia, ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC).

Entendendo os sintomas

A condição pode ser percebida pelo deslocamento excêntrico da mandíbula para fora do padrão mandibular centralizado quando o paciente abre a boca.

Nesse caso, a Articulação Temporomandibular é comprometida e se mostra evidente sintomas como:

• Limitação da abertura da boca, com deflexão para o lado afetado, seja direito ou esquerdo;
• Limitação da lateralidade do lado oposto de onde o paciente apresenta a deflexão;
• Ausência de estalos ao abrir a boca.

Deflexão mandibular medial, próteses e implantes: qual a relação?

Vários estudos estão sendo realizados sobre a deflexão mandibular medial, já que traz várias questões que devem ser analisadas em pacientes com próteses e implantes.

Isso porque a aproximação das hemi mandíbulas durante movimentos mandibulares característicos da condição poderia causar problemas em prótese dentária, sejam elas as usadas em reabilitações de próteses convencionais fixas, removíveis ou prótese sobre implantes.

Os casos relatados incluem no planejamento das próteses a conexão rígida bilateral extensa na região posterior.

Há suspeitas de que a DMM esteja associada a possíveis problemas
como: distorções das impressões de moldagens, afrouxamento dos parafusos de
próteses sobre implantes, fratura tanto de parafusos como de implantes, dor durante
a função, fraturas de cerâmicas, falhas de assentamento passivo de próteses, de
elementos de suporte e sobrecarga em estruturas protéticas (Manzi et al., 2013).

A DMM pode comprometer reabilitações com próteses parciais
removíveis, próteses parciais fixas convencionais ou mesmo reabilitações sobre
implantes quando o planejamento inclui conexões rígidas bilaterais extensas na
região posterior da mandíbula (Manzi et al., 2013).

Quais as causas da deflexão mandibular medial?

A condição está associada ao aumento da tensão na interface osso-implante, de implantes ou próteses colocadas nos pacientes, unidos por uma estrutura rígida.

Possíveis fatores associados também incluem a anatomia da mandíbula e da face de cada paciente, a força muscular aplicada e qual a qualidade óssea mandibular.

Como é feito o tratamento

A deflexão mandibular medial ocorre quando há diminuição funcional da largura do arco mandibular em movimentos de protrusão e abertura da boca. Este fenômeno está relacionado à ação do músculo pterigoideo lateral, o qual promove a aproximação medial dos côndilos durante sua contratação funcional.

Possíveis fatores associados incluem fatores geométricos da mandíbula e da face, força muscular e qualidade óssea mandibular.

Teoricamente, a aproximação da hemi-mandíbulas durante movimentos mandibulares poderia causar problemas em prótese dentária, tanto em reabilitações com próteses convencionais fixas e removíveis quanto em prótese sobre implantes, quando o planejamento inclui conexão rígida bilateral extensa na região posterior, como já dito anteriormente.

Há relatos de possível associação de deflexão mandibular medial com sobrecarga em estruturas protéticas e elementos-suporte, dores mandibulares e falhas de assentamento passivo de próteses.

Não há evidências conclusivas sobre o efeito clínico a longo prazo da reflexão mandibular em reabilitação oral.

Conclusão

A deflexão mandibular medial (DMM) é uma disfunção temporomandibular, ela tem como principais causas os problema relacionado principalmente a próteses e/ou implantes que não foram realizados de maneira correta, ou então que sofreram algum desgaste, ruptura, lesão após o procedimento.

O tratamento deve ser averiguado a fundo com o médico ortodontista bucomaxilofacial responsável.

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