A evolução das técnicas envolvidas no diagnóstico, planejamento e execução da cirurgia ortognática são surpreendentes. O procedimento, que até algum tempo atrás tinha finalidade exclusivamente funcional, hoje se consagrou também como um relevante tratamento estético. 

Esse é o método recomendado para tratar os mais diversos distúrbios dento faciais, problemas que muitas vezes afetam a fonação, a mastigação, a deglutição e até mesmo a respiração, além da harmonia facial.  

Porém, para que cumpra adequadamente o seu papel, a cirurgia deve ter um planejamento cuidadoso. Você sabe como se planeja a cirurgia ortognática? 

O planejamento cirúrgico deve envolver o movimento ósseo, permitindo grande previsibilidade do resultado final e de como ele afeta a face do paciente. Entenderemos isso melhor ao longo deste artigo. 

O papel do paciente no planejamento

Embora quem coordene todo o planejamento da cirurgia ortognática seja o cirurgião, preocupando-se com a correção da oclusão, reparação da harmonia da face, adequação de proporções, dentre outros fatores, o paciente também tem um papel essencial nesse processo. 

É muito importante que ele esteja por dentro de tudo, questionando sempre que tiver alguma dúvida, como:

• Por que somente um osso (maxila ou mandíbula) será operado? 
• Por que os dois ossos (maxila e mandíbula) serão operados?  
• Por que será necessário uma complementação com a mentoplastia? 
• Por que um osso avançará horizontalmente “X” milímetros (mm)? 
• Por que o outro osso recuará “X” milímetros (mm)?

A expectativa do paciente deve estar alinhada à do cirurgião, e o resultado deve ser obtido através de uma decisão tomada em acordo entre as duas partes, sempre priorizando o melhor para a pessoa operada. 

Como se planeja uma cirurgia ortognática?

A cirurgia ortognática é planejada através de uma simulação virtual, onde é possível tanto ao cirurgião como ao paciente vislumbrar o seu resultado com bastante precisão. 

Graças ao avanços tecnológicos relacionados à odontologia, é possível obter uma imagem tridimensional dos tecidos moles e ossos da face, o que não só permite um planejamento assertivo, como também reduz o tempo de cirurgia e os seus riscos. 

A documentação 3D é a resposta para quem quer saber como se planeja uma cirurgia ortognática. Geralmente, o planejamento se dá por meio da fusão de fotos do paciente associadas à tomografia computadorizada do crânio. Em alguns casos, pode ser feito também o escaneamento intra-oral direto.

Todo esse material é inserido em softwares específicos, capazes de gerar um paciente virtual, com características idênticas ao real. Assim, é realizada a simulação da cirurgia, com uma previsão precisa de seus resultados. 

A tecnologia para planejar uma cirurgia ortognática tem revolucionado as formas de tratamento das deformidades dento faciais 

Contudo, vale ressaltar que nem todos os profissionais estão treinados para lidar com essas novas ferramentas, por isso, ainda são utilizados outros métodos mais tradicionais. Os softwares citados aqui exigem que o cirurgião bucomaxilo tenha conhecimentos de informática e habilidades para manusear equipamentos específicos. O planejamento virtual é hoje em dia um grande diferencial.