Cinesiofobia: impactos na vida de pacientes com DTM

por mar 18, 2022Distúrbios da ATM0 Comentários

A cinesiofobia é o medo em excesso e irracional de fazer alguma atividade, com o receio de sentir dor ou ter uma reincidência de uma lesão passada. O medo é um alerta que nosso corpo dá para alguma situação de perigo ou ameaça, é natural o ser humano ter esse sentimento, mas o problema surge quando você limita algumas atividades diárias por conta do medo.

Segundo o Congresso Brasileiro de Psiquiatria, o medo excessivo, conhecido popularmente por fobia, atinge 13% da população nacional. Falando em números concretos, são pouco mais de 26 milhões de brasileiros que sofrem desse mal diariamente. As causas estão ligadas a fatores genéticos, histórico familiar ou mesmo experiências traumáticas, seja na vida adulta ou infantil. 

Neste artigo, vamos explicar a cinesiofobia, a sua relação com a disfunção temporomandibular (DTM), o tratamento e os impactos na vida de quem sofre com DTM. Confira a seguir.

O que é cinesiofobia?

A cinesiofobia é o medo excessivo, irracional e extenuante, de fazer movimentos e determinadas atividades, com o receio de sentir dor, resultando no paciente um sentimento de vulnerabilidade às dores e ao medo da reincidência de uma lesão já curada.

Muitas vezes, essa fobia está relacionada à memórias de dor, fazendo com que o indivíduo não utilize aquele local em específico, podendo ficar longos períodos sem movimentação. Se isso ocorrer, o membro pode sofrer deterioração musculoesquelética, diminuição da força muscular e redução da mobilidade, e também pode levar a pessoa a sofrer com distúrbios mentais, tais como somatização e depressão.

Dependendo do nível de cinesiofobia que o indivíduo tem, até mesmo quando o tecido ou músculo já está totalmente curado, a dor persiste e, se não for tratada, torna-se crônica.

Relação da DTM com a cinesiofobia

A DTM é uma disfunção na articulação temporomandibular (ATM), uma importante articulação que liga o crânio à mandíbula. Ela pode ter diversas causas, como hábitos de roer as unhas e morder objetos, ranger ou apertar os dentes, além de estresse excessivo, ansiedade e distúrbios psicoemocionais. 

A disfunção temporomandibular pode causar dores fortes de cabeça, no ouvido, ao movimentar a boca, gerando estalos e crepitações, dores atrás dos olhos e, até mesmo, travamento da mandíbula, prejudicando bastante a qualidade de vida.

Tudo isso pode fazer com que o paciente com DTM, mesmo curado ou com o problema controlado, passe a ter medo de movimentar a região, pelo receio de voltar a sentir essas dores ou de travar o local, e desenvolva a cinesiofobia.

O problema é quando se instala um círculo vicioso: não movimenta a articulação com medo de doer e dói por não movimentá-la. 

Impactos da cinesiofobia na vida do paciente com DTM

Com esse receio imenso de movimentar a região da face, o paciente com DTM, sofrendo com a cinesiofobia, acaba diminuindo a utilização da boca.

O impacto na fala, por exemplo, pode ser imediato, já que o ato de falar está diretamente ligado à abertura da mandíbula para a emissão de sons. Além disso, a alimentação também é prejudicada, já que a pessoa evita abrir a boca para mastigar alimentos e ingerir líquidos.

As consequências na vida de quem sofre com cinesiofobia relacionada à DTM podem ser imensas, afetando tanto a vida pessoal quanto a profissional, podendo, inclusive, levar à problemas com depressão.    

Tratamento da cinesiofobia

A cinesiofobia, na maioria dos casos, não tem uma cura completa, somente tratamento para amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. 

O primeiro passo para um tratamento efetivo é o diagnóstico, que deve ser feito por um médico especialista, juntamente com um cirurgião bucomaxilofacial. Eles irão analisar o caso em detalhes, solicitando exames necessários, para entender o nível de fobia do paciente e definir os próximos passos para o controle da disfunção. 

Após realizada essa etapa, existem algumas possibilidades de tratamento para o controle da cinesiofobia e da DTM: acompanhamento psicológico para ressignificar a dor, fisioterapia, uso de placas de mordida, laserterapia para alívio das dores, dentre outros. 

Conclusão

O medo é essencial para o ser humano, principalmente para se proteger de situações de perigo no dia a dia. Porém, como pudermos ver ao longo desse artigo, em excesso, ele pode atrapalhar e limitar as atividades diárias, trazendo diversos prejuízos à qualidade de vida.

Portanto, se você sofre com a disfunção temporomandibular, é importante buscar o auxílio de um cirurgião bucomaxilofacial e seguir um tratamento adequado para o seu quadro, afastando qualquer possibilidade de desenvolver a cinesiofobia.

Prof. Dr. Rodney Pallotta – CRO-SP 80617

Dr. Roger Pinto Antônio | CRM-SP 74174 – RQE 31997

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